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OS CTT - O que os docentes universitários pensam

Alguns docentes da FEP (Faculdade de Economia do Porto) foram contactados para apresentarem a sua perspetiva sobre o que foi analisado pelo Prestar Contas em relação ao caso dos CTT. Eis uma das respostas que partilharam com o Prestar Contas:

"Os CTT continuam a ser monopolistas mas não em todos os segmentos de negócio (por exemplo, no correio expresso sofrem já a concorrência de várias empresas privadas), continuando a ser a empresa responsável pelo chamado serviço universal. A privatização poderá ser benéfica, no sentido de introduzir uma gestão privada mais eficiente com os consequentes incentivos. Entretanto, deve estar garantido o serviço universal, o que é particularmente importante em certas zonas/clientes mais desfavorecidas e, como tal, áreas de negócio não “apetecíveis” para uma empresa privada. Desse modo, a regulação deve estar particularmente atenta a estes aspectos, mas também não descurar o facto de a nova empresa poder exercer concorrência desleal face a outros privados não sujeitos a regulação via práticas de subsidiação cruzada (tal aconteceu na Alemanha, com os correios alemães a serem punidos por esse abuso de posição). Acautelados os aspetos anteriores, o setor poderá beneficiar com a exploração de outras áreas, de que o Banco Postal é já um exemplo, beneficiando de uma reputação junto da população de credibilidade." Hélder Valente


Imagem por manda-te.com

"Os CTT Correios podem inserir-se numa estrutura de mercado de monopólio?
Os CTT oferecem diversos serviços em diversos ramos de atividade. Dependendo do ramo, a resposta pode ser diferente. No caso dos CTT Correios em particular, não creio que tenham uma posição monopolista porque há diversos concorrentes a que um consumidor de serviços postais poderia recorrer caso estivesse insatisfeito com os seus serviços (ex. MRW, FedEx, DHL). 
Qual a sua opinião sobre a privatização dos CTT?
Privatizar não quer dizer absolutamente nada sem contexto. É uma operação jurídica, de si sem qualquer relevância económica. Os detalhes é que têm relevância: o Estado assume algum risco na sua operação futura? Que cláusulas vai impor no sentido de assegurar o que entende ser interesse público? A que preço seria essa transferência de propriedade concluída? Só podemos formar uma opinião depois de inúmeras questões deste tipo serem respondidas.
Qual a mudança da regulação do Estado após a privatização dos CTT?
Provavelmente o Estado, representado pelo Governo, vai dizer no espaço público que vai regular o acesso aos serviços postais dos CTT para que as pessoas em regiões mais remotas a ele tenham acesso. Eventualmente, vai exigir algum controlo sobre os preços. Mas, mais uma vez, tudo isto depende da forma, dos detalhes, da privatização.
Que futuro estará reservado para o setor?
Inovação. Inovação. Inovação. Os serviços postais serão sempre necessários enquanto as pessoas viverem em sítios diferentes. Mas muitos dos serviços tradicionalmente por eles oferecidos tornaram-se obsoletos. É preciso o setor ir criando novos serviços que as pessoas aprendam a querer. O setor sofre também dificuldades com a complexidade das suas operações e elevados custos tanto fixos como operacionais. Tem de inovar para se tornar mais leve e flexível e, eventualmente, verde." Diogo Lourenço
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